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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Por onde começar?

Fico cá eu pensando na nossa situação profissional, e me vem logo à mente: mas será que a culpa também não é nossa? Lá vão os por quês:
1. Nós fazemos audições sem saber nenhuma informação a respeito do trabalho. É como se algum desconhecido batesse à sua porta e dissesse: quer trabalhar comigo? E você simplesmente respondesse: claro! E seguisse o tal desconhecido, sem fazer qualquer pergunta.
2. Cantamos por cachês que não valem a pena em termos de valor, por causa do ‘contato’, ou por necessidade extrema mesmo. Mas, falando francamente: você confia num médico que cobra $10/h pela consulta? Eu não poria minha mão no fogo. Eu pensaria: esse cara não deve ter noção nenhuma de medicina...
3. Nós aceitamos cantar na base da “amizade”, sem nenhum contrato que legitime os direitos e deveres de contratado e contratante. Se o fulano não quiser te pagar, ou se qualquer coisa acontecer no meio do caminho, não há nada que lhe defenda, nada que você possa cobrar, nem mesmo o cachê, porque não há provas que você estivesse nesse trabalho. Se o cara não for idôneo e não quiser te pagar, não paga. E você não vai poder fazer nada além de ficar ligando pro cara pra cobrar. “E aí, quando cai o cachê”? Deveria haver ao menos um contrato padrão, um modelo pronto desses de internet, numa página só, que fosse alguma garantia legal de alguma coisa, e que ninguém aceitasse trabalhar sem garantias, como em qualquer profissão normal...
4. Ausência total de um órgão, associação, clã, gangue, ONG, partido, agremiação, sociedade, cooperativa, o que quer que seja que represente nossos direitos. Hipoteticamente existe um sindicato, mas...deixa pra lá. Carece que os músicos se unam, pintem a cara, façam um panelaço eletroacústico ou coisa do tipo, pra fazer valer nossos direitos profissionais. A questão é que primeiramente precisamos criá-los! E depois disso, um órgão competente (de preferência, não é?) que fiscalize, torne verdade e dê fé.
Mas eu acho mesmo que o primeiro passo é a conscientização, de nossa parte, primeiramente. O segundo passo é nos unirmos e descobrirmos formas de alcançar o que precisamos. Músicos eruditos de todo o país, uni-vos!

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